Entendimento pacificado: a suspensão na nova Nissan Frontier é multilink!

Último canal de informação automobilística, que ainda negava o fato da suspensão da nova Frontier ser multilink, acaba se rendendo à verdade.

A nova Nissan Frontier chegou ao mercado brasileiro em 2017 trazendo inovações tecnológicas até então desconhecidas do mercado brasileiro.
Uma destas novidades estava na sua nova suspensão traseira do tipo multilink, e por falta de conhecimento ou mesmo falta de de uma simples pesquisa para melhor entendimento, alguns canais jornalísticos sobre automobilismo questionaram sobre a configuração da nova suspensão da Frontier ser realmente multilink.
Na época, a publicação Quatro-Rodas e o site AutoPapo negaram que a Frontier usasse realmente uma modalidade de suspensão multilink, mas, outros sites (e não faltam curiosos copiando reportagens alheias), influenciados, também repetiram o erro. Todos os demais canais mais atualizados e técnicos, ou que fizeram a lição de casa antes de produzirem as suas reportagens sobre o modelo, confirmaram que o sistema usado pela Frontier é mesmo multilink.

A própria Quatro-Rodas mudou o seu entendimento em reportagens posteriores, inclusive publicando um artigo onde tratava desta modalidade de suspensão, e porque ela era realmente multilink. Foi um artigo técnico feito mais tarde, depois de uma provável pesquisa que a publicação fez.

nissan frontier multilink

Mas, antes de publicar estes equívocos, uma simples pesquisa bastaria para compreender o sistema, afinal, existem patentes, artigos técnicos, reportagens estrangeiras, especificações técnicas e uma ampla literatura sobre o assunto, e até mesmo uma simples consulta à wikipedia, a enciclopédia virtual mundial,  seria suficiente para compreender que o sistema é mesmo multilink, com ilustrações e fundamentações técnicas de sobra.

O maior problema de alguns profissionais no Brasil é justamente a falta de atualização, e também a pouca vontade de pesquisar mesmo achando que já sabe a resposta. Afinal, defendia-se que a Nissan havia exagerado em chamar o seu sistema de multilink, ou até mesmo agido de má fé, mas, a RAM chama a suspensão de suas caminhonetes de multilink, a Toyota também chama a suspensão da pesadona Tundra de multilink, a Ford também apresenta a suspensão da sua Ranger mais bruta, a Raptor de multilink, mesmo sistema da Nissan. Estariam todas equivocadas? Claro que não, afinal, este é o nome do sistema, multilink do tipo five-link.
Estes negacionistas entendiam que para ser multilink a suspensão precisava ser independente, e esse era o erro que cometiam. Uma simples busca por ambas as patentes seria suficiente para esclarecer essa questão. Suspensão multilink é um conceito, suspensão independente é outro conceito. Toda suspensão independente é multilink, mas nem toda suspensão multilink é independente.

Para melhor esclarecer essa questão, publicamos uma abordagem completa sobre este assunto na página do link abaixo, a reportagem brasileira mais completa sobre o assunto, onde juntamos especificações técnicas, descritivos de patentes, artigos estrangeiros de engenharia, e um número muito grande de informações adicionais sobre o assunto.

A suspensão traseira da Frontier é multilink?

Mas, mesmo diante de tudo isso, um site brasileiro, conhecido pelas suas inúmeras polêmicas por não aceitar o contraditório e por publicar informações muitas vezes equivocadas, continuou insistindo ferozmente no erro. Para piorar ainda mais a situação, o site concedeu um prêmio à Nissan por ter apresentado a maior “mentira” do ano, o que serviu para prejudicar a idoneidade e a seriedade do fabricante, e a virtude do veículo lançado.
Estamos falando do prêmio “Pinóquio de Ouro”, oferecido pelo site AutoPapo à Nissan, chamando a suspensão da Frontier de “fake“.

A pior consequência desse tipo de divulgação equivocada é a influência que ela causa em outros sites ou jornalistas também desinformados, e também ao público em geral, que muitas vezes desconhece o assunto e acaba influenciado por uma reportagem errônea. Temos ainda os “oportunistas” que, por diversas razões pessoais, usaram essa informação distorcida para desmerecer a tecnologia inaugurada aqui pela Nissan.
Até hoje, a Frontier é a picape mais moderna de sua categoria, juntando tecnologias inéditas, ou dispersas entre as concorrentes, como a própria suspensão multilink, o moderno motor biturbo, o chassis reforçado em “U” duplo, os freios a disco nas quatro rodas, o maior número de relações de marcha do mercado, os bancos zero gravidade, o controle de estabilidade de última geração, as câmeras 360º, radar que detecta até dois veículos a frente, teto solar elétrico e muitos outros recursos. É natural que muita gente tenha se incomodado com a chegada da Frontier num mercado que sempre conviveu com tecnologias ultrapassadas, com picapes problemáticas, “gastonas”, com fama de capotar e com o velho desconforto do “pula-pula” de suspensões inventadas na época das carroças.

Com o tempo, o site AutoPapo mudou de opinião, passou a tratar a suspensão traseira da Frontier como multilink, mas, como sempre acontece, nunca se retratou do engano, e nunca se desculpou publicamente por ter chamado a Nissan de mentirosa. Ela mudou seu discurso de forma discreta, disfarçada e gradualmente.
No artigo citado no link acima, chegamos a publicar uma reportagem do AutoPapo afirmando que a suspensão da Frontier era multilink, que foi modificado depois que alguns leitores apontaram a mudança de opinião do site, o que ficou ainda mais estranho para o periódico virtual. Mesmo nos artigos onde o erro foi cometido, os comentários de leitores demonstram indignação e até ensinam o certo, o que foi desprezado pelo site.
A reportagem da premiação equivocada teve, até hoje, 14 comentários, todos de indignação, nenhum concordando com a posição do site.

Mas, ao longo do tempo, o site foi mudando de posição, como já dissemos.

Foi assim que a AutoPapo se pronunciou inicialmente em relação à suspensão da Frontier:

suspensao-frontier-multilink-0002

O texto dizia que:

suspensao-frontier-multilink-0003

Fácil perceber a confusão do autor em relação aos conceitos de “multilink” e “independente”.
O mais curioso é que o texto ainda ignorava a própria configuração de suspensão do tipo múltiplos braços , que é justamente o conceito de multilink.

Mas, o pior foi mesmo atribuir ao fabricante uma mentira, o que, no meu entendimento como advogado, poderia ser algo discutível judicialmente por eventuais danos à imagem da empresa e ao produto.

Três anos depois, porém, o mesmo site publica uma reportagem do lançamento das novas cores do modelo Frontier Attack, que usava a mesma suspensão que ela havia dito que não era multilink:

suspensao-frontier-multilink-0004

Veja como o site AutoPapo contradiz o seu entendimento anterior, afirmando, finalmente, que a suspensão da Frontier é realmente multilink, apesar de cometer uma omissão ao dizer apenas que o objetivo desta tecnologia é fornecer conforto aos passageiros, ignorando o fato que este tipo de suspensão também aumenta a estabilidade da picape ao proporcionar melhor contato das rodas com o solo, e melhora a eficiência do controle de estabilidade, justamente o ponto fraco de algumas concorrentes.

Dois anos depois, em nova reportagem abordando o lançamento da versão “S” da Frontier, que continuava usando a mesma suspensão que ela havia dito que não era multilink,  o site novamente se contradiz, demonstrando que, mais uma vez, mudava o seu entendimento inicial quando havia dito que a Nissan mentia ao chamar esta suspensão de multilink:

suspensao-frontier-multilink-0005

Observe como o autor demonstra ter aprendido o significado de “sistema multilink”.

É impossível conhecer tudo em tecnologia. Mesmo profissionais competentes, hoje se especializam em áreas, e isso acontece na Medicina, no Direito e em tantas outras áreas. No segmento automotivo experimentamos, também, uma crescente evolução tecnológica, com elementos de maior complexidade. O cuidado que devemos ter, ao tratar de um tema que não conhecemos tão profundamente, é pesquisar ou consultar especialistas na área.
Nesta caso, uma pesquisa básica e rápida, até mesmo no popular site wikipedia, já teria sido suficiente para oferecer a informação necessária que o autor precisaria para evitar praticar a injustiça que cometeu, ao se referir ao modelo e à marca no primeiro ano de seu lançamento.

Os divulgadores de conteúdo de internet precisam entender a sua responsabilidade como formadores de opinião, lembrando que uma informação errada pode circular com grande velocidade e se alastrar sem limites.
Mas, o que também pesa para aumentar o desapontamento do erro cometido pelo referido site é o fato dele nunca ter tido a humildade e a coragem de se retratar da informação distorcida que publicou. No mínimo, um pedido de desculpas e uma retratação de conteúdo caberiam neste caso.

Atualização em 24.03.2023

Enviamos uma mensagem para o site AutoPapo pedindo explicações e até uma retratação do erro publicado e da injustiça cometida à Nissan. A mensagem foi apagada e não respondida, como já até deveríamos esperar.
Enquanto isso, o site continua dando exemplos de falta de veracidade em reportagens, desatualização e desconhecimento.

Neste link, https://autopapo.uol.com.br/blog-do-boris/toyota-quebrar-peca/ , numa reportagem bastante “estranha” sobre o preço das peças da Hilux, onde as manifestações dos leitores, na sua maioria, foram de críticas ao autor da reportagem, o autor, demonstrando desconhecimento e falta de atualização, declarou que a Ford Ranger é produzida no Brasil.
Trecho da reportagem onde diz isso:

E esse absurdo é ainda repetido em vídeo:

Em outra reportagem, o autor anuncia a chegada de um site de preços de veículos: https://autopapo.uol.com.br/blog-do-boris/tabela-fipe-kbb/

Onde afirma que:

O problema é que a KBB já iniciou as suas atividades aqui em 2017!!!! Notícia atrasada há mais de 6 anos.

Acho que isso explica a confusão da Frontier, e a pouca preocupação em fazer a devida correção de informação.

 

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