O Sistema de Som Original da Nova Frontier

Conheça um pouco mais sobre o sistema de som original da Nova Frontier e de algumas concorrentes. Revelações surpreendentes.

Hoje vou comentar um pouco sobre o sistema de áudio da nova Frontier, e fazer aqui algumas comparações para evitar que muita gente cometa erros com alguns equívocos do mercado.

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Deu muito trabalho levantar todas as informações que vou colocar aqui, mas achei importante porque são fundamentais para comprovar o que será dito, evitando críticas levianas sobre a veracidade destas informações.

O objetivo aqui é entender o sistema de som da nova Frontier, e identificar o que pode ser melhorado em termos de fidelidade sonora, fugindo de erros por comparações equivocadas. Vamos começar entendendo o que temos hoje no mercado.

Importante destacar, inicialmente, o significado de “fidelidade sonora”. O que se busca num bom sistema de som (ou pelo menos o que se deveria buscar) é a reprodução da música o mais próximo da execução ao vivo, quando a mídia (CD, pendrive, cartão, etc..) também possui uma gravação bem fiel ao real. Existem outros fatores que influenciam aqui, mas não vamos complicar por enquanto. No meu site Hi-Fi Planet (hifiplanet.com.br) eu abordo esta questão da reprodução em alta fidelidade com uma profundidade maior, caso alguém queira conhecer mais sobre o assunto.

Para uma reprodução fiel, diversos fatores contribuem para esse resultado, o equipamento de som (multimídia neste caso), o cabeamento, os drivers (alto-falantes), o tratamento acústico, etc…
Sempre defendi a ideia de que um carro não é um local apropriado para se ouvir música, pois ele não possui uma área suficiente para recriação da onda sonora (no caso os graves) e, além disso, possui material interno bastante reflexivo (reflexão sonora) que prejudica o som. O carro está mais sujeito a ruídos e a posição dos alto-falantes é bastante infeliz, etc….
Mas, isso não impede que tentemos extrair o máximo desse sistema, mesmo com essas limitações todas.

As versões da nova Nissan Frontier que são fornecidas com a central multimídia original, que equipa as versões Platinum, XE, PRO-4X e Attack, utilizam uma unidade multimídia desenvolvida e fabricada pela moderna divisão de áudio da Bosch, em sua fábrica europeia, em Portugal.
A Bosch já teve no passado uma tradição de respeito na fabricação de aparelhos de som para automóveis, e sempre forneceu modelos interessantes para o mercado. Muitos devem se lembrar dos modelos icônicos que surgiram no Brasil na década de 80 e que revolucionaram o mercado então servido por TKR, Roadstar e muitas outras “porcarias”.
A linha de aparelhos compreendia modelos Bosch conhecidos como Miami I, Miami II, Los Angeles (I, II, III, VI… e que equipava originalmente o GOL GTS), San Francisco e o cobiçado modelo topo de linha, o Rio de Janeiro, muito sofisticado para a época.
Na ocasião, a Bosch desenvolvia a tecnologia da Blaupunkt, uma divisão da Bosch especializada em áudio.
Era o começo da alta-fidelidade nos carros nacionais, já que outros modelos de equipamentos chegavam com dificuldades aqui em função da reserva de mercado que existia na época, e a Bosch desenvolveu versões nacionais com uma qualidade realmente de alto nível. Mas, no mundo todo, a Bosch mostrava muita competência na produção de players para carros.

Essa nova divisão da Bosch na Europa foi criada com o objetivo de oferecer o que há de melhor em equipamentos de som automotivo, se diferenciando da grande parte das porcarias chinesas que vem dominando o mundo.
Em 2017, o grupo Nissan/Renault fez um investimento de 2 bilhões de Euros nesta fábrica da Bosch em Portugal, na divisão de plataformas CM (Car Multimedia), representando um dos maiores investimentos feitos neste setor na história automobilística, o que resultou até numa ampliação da fábrica. Para se ter uma ideia, a Bosch tinha uma pretensão de investimento de 100 milhões de Euros em seu projeto, portanto, os 2 bilhões da Renault/Nissan não foram nada mal para os negócios da Bosch, nem para a Nissan, que queria algo realmente diferenciado para alguns modelos que estavam chegando no mercado, inclusive a nova Frontier que na época usava unidades multimídia produzidas pela Panasonic no México (a Nissan sempre foi cuidadosa nas escolhas de seus equipamentos como Panasonic, Clarion, Alpine, etc…).
A unidade de central multimídia fornecida para a Frontier pode ser vista instalada na moldura abaixo, inclusive com a identificação de fabricação aqui mencionada.

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Acima o sistema Panasonic que a Nissan usava nos primeiros modelos da Frontier, antes da chegada dos equipamentos da Bosch.

Num mercado onde os atuais fabricantes de veículos apostam em soluções baratas chinesas de qualidade bastante discutível, a Bosch e a Nissan desenvolveram soluções que estão num patamar bem elevado.
Os modelos da Bosch não seguiram a tendência de licenciar marcas e de receberem grafias de “grife automotiva”, como JBL, Pionner, etc… mas de oferecerem soluções técnicas de elevado nível de qualidade, utilizando componentes específicos para projetos até em equipamentos de nível Hi-End, ou seja, de resultado audiófilo. Chips internos que realizam a função de converter os registros digitais em sinais analógicos para serem amplificados e levados aos drivers, conhecidos como DACs, são todos de alta precisão e de nível audiófilo, operando com alta amostragem com upsampling elevado que oferecem uma precisão ainda maior na conversão. As distorções no processo de conversão são tão baixas quanto aquelas encontradas nos melhores equipamentos de áudio hi-end residenciais. As etapas de amplificação também receberam tratamento de alto nível, com componentes audio grade (especiais para aplicação em áudio), como, por exemplo, os famosos capacitores Nichicon (cultuados pelos audiófilos pela elevada qualidade japonesa) ou os famosos DACs da Burr-Brown.

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O resultado dessa tecnologia embarcada se traduz num equipamento do mais elevado nível tecnológico, superando as soluções de “grife” que alguns fabricantes empregam. Esta unidade empregada pela Frontier não tem muitas opções de substituição no mesmo nível, já que se encontra muito acima de marcas como Pioneer, JBL e outras, e no mesmo patamar de marcas como a Clarion e a Alpine (marcas verdadeiramente premium), Kenwood e outras que também estão num nível bem elevado de qualidade.
Portanto, não há muita vantagem em substituir o sistema multimídia da Frontier.

Muitos questionam sobre as marcas mais “chiques” que rivalizam no mercado, como os sistemas JBL.
Na verdade, a marca JBL tem um apelo popular muito grande, mas é uma marca mais simples de entrada da Harman Kardon, esta sim que é a marca premium do grupo. Mas, a própria Harman perdeu muito de seu prestígio e destaque quando o grupo todo foi adquirido pela Samsung, que baixou a qualidade que ainda tinha, e que acabou popularizando ainda mais a marca JBL com produtos mais acessíveis, mas de qualidade que considero inferior. Para se ter uma ideia, é possível encontrar fones de ouvido JBL de até 8 dólares no mercado internacional, e cada vez mais a JBL se concentra no mercado popular ficando ainda mais distante do mercado de alta fidelidade. No Brasil, ela ainda guarda um certo prestígio por ter sido uma marca que atuou forte na abertura de mercado, e na época todas as marcas que vieram para o Brasil ganharam um certo ar de produto de “alto nível” apenas por serem importadas. Foi o caso da Pioneer, Aiwa, Buster e outras marcas populares que chegaram aqui e cresceram rápido. Na verdade eram produtos que rivalizavam na época com Sony, Philips e outras com linhas mais populares.
A Bose está num patamar mais alto que a JBL, mas também não me agrada muito.

Na minha avaliação, sempre comentei no site Hi-Fi Planet (isso há mais de 10 anos) que Pioneer e JBL seriam duas marcas que eu não teria, pois oferecem um som incômodo pra mim, principalmente na região dos agudos.
Mas, o hype sobre algumas marcas é tão grande que empresa como a Toyota informa que o sistema de som de sua Hilux é um “JBL”, e até ostenta a marca no painel do seu multimídia.
Na verdade, a Toyota vem sofrendo com as suas constantes mentiras, manipulando carros para teste, adulterando especificações, etc. Uma marca pela qual sempre tive muito respeito, mas que segue um caminho bastante “estranho”, no mínimo.
Apesar de indicar o seu sistema como “JBL”, a verdade é outra. O sistema multimídia da Hilux não é um JBL, mas um Pioneer e ainda de entrada, com qualidade bem mediana, com DACs e sistemas de amplificação encontrados em equipamentos portáteis baratos.
Ela apenas emprega drivers (alto-falantes, tweeter e subwoofer) da JBL, e de uma linha também pouco importante, de qualidade bastante discutível. Eu já tive oportunidade de testar um modelo com esse sistema e o som é bastante desagradável para os meus ouvidos, com uma estridência típica de um Pioneer ou de um JBL. O som da Frontier é muito superior, num nível bem mais interessante.

Esse é o “sistema JBL” da Hilux:

som jbl hilux

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Para entender melhor as diferenças entre os sistemas e fazer uma comparação crítica, os agudos não devem ser do tipo “panela de pressão”, e sim suaves, sem agressão aos ouvidos. Os médios devem ser naturais, de preferência testados com vozes, sem sibilâncias nas vozes e com naturalidade. Os graves devem ser rápidos, sem aquele efeito de ressonâncias de baixas frequências que embolam as notas de um baixo, por exemplo.
Se compararmos o som do multimídia da Frontier com o da Hilux, com uma gravação de qualidade audiófila, a diferença entre os dois sistema é notável até para ouvidos leigos, e as limitações da dupla Pioneer/JBL estarão claramente presentes.
Digo isso porque num grupo de whatsapp que participo alguém sugeriu colocar o multimídia “JBL” da Hilux na Frontier. Grande erro.

Mas, a “historinha” não acaba aqui. Além de utilizar um equipamento com emblema JBL, mas com etiquetagem Pioneer, a verdade é que o equipamento nem é fabricado pela Pioneer, mas por uma empresa argentina chamada Mirgor, que possui direitos de uso da marca Pioneer. É fácil perceber isso vendo que o endereço constante no multimídia é o mesmo da Mirgor, além de que não existe uma Pioneer da Argentina, como pode ser confirmado pelo próprio website mundial da marca.
Algo parecido acontece com a marca JVC no Brasil para produção de produtos de vídeo, que na realidade não tem nenhuma ligação com a antiga JVC japonesa além da marca licenciada, os produtos são chineses e bem inferiores.

Portanto, quando o seu amigo fanboy disser que o sistema multimídia da caminhonete dele é JBL, explique pra ele que na verdade ele está comemorando algo que não corresponde à sua expectativa de qualidade, pois o multimídia não é JVC, carrega a marca Pioneer, mas também não é Pioneer, e a marca JBL é da Samsung, não produzindo mais os equipamentos com a mesma qualidade que já produziu um dia.

A Mitsubishi foi também cuidadosa, chegou a usar produtos da Clarion japonesa, uma marca premium também utilizada pela antiga Frontier. Não sei o que ela usa hoje.
A Ranger usava a marca Pioneer chinesa, entre outras, e as últimas versões nem marca tinham. Eram sistemas vindo da China em regime OEM. Ela também opta por equipamentos baratos com qualidade de entrada.
Inclusive, um vídeo de um proprietário da nova Ranger, mostra uma insatisfação pela qualidade do seu sistema de som, chegando a dizer que ele é inferior ao do Jeep Renegade que ele tinha e que esse som lhe irrita bastante (https://youtu.be/P-reg7n-Ed0 aos 10 minutos e 24 segundos).

Portanto, em termos de qualidade de multimídia, a Frontier se destaca com uma solução de alto nível, e assim outras opções de substituição do mercado, mesmo de marcas mais “badaladas”, são totalmente dispensáveis. Ela tem hoje o melhor sistema de som entre as concorrentes, por isso é importante tomar cuidado com as comparações. No meu site de áudio high-end eu sempre ensino a identificar as diferenças de qualidade de som através de uma audição crítica com gravações de referência.
Eu sempre equipei os meus carros com players da Kenwood, principalmente da série Excelon, ou modelos da Clarion ou Alpine, que são marcas realmente conceituadas pela alta qualidade sonora.
Veículos de altíssimo nível lá fora ainda usam produtos dessas marcas associados com alto-falantes da inglesa B&W ou da dinamarquesa Dynaudio, além de sistemas também da dinamarquesa Vifa ou da francesa Focal-JMLab, todos fabricantes de produtos de áudio hi-end.

Nessa primeira parte o objetivo era só desfazer algumas confusões do mercado, que muitas vezes entende que pelo fato da Frontier não ostentar uma “grife” qualquer no painel, o seu sistema de áudio não merece tanta confiança. Ficou um pouco longo e detalhado, mas foi preciso para deixar essa situação bem clara, e também não deixar espaço para as “suposições” de haters que parecem ter uma relação de amor e ódio com a Frontier .
Então, cuidado ao querer entender os sistemas de som apenas pelas aparências, e não tente copiar a solução de nenhum outro modelo concorrente. A Frontier tem hoje o melhor sistema de som do segmento, que foi produzido com um investimento absurdo e com uma empresa que não brinca em serviço, com tradição e seriedade alemãs, tudo isso para obter um sistema audiófilo que atendesse ao desejo de oferecer alta tecnologia para o seu modelo.

“Mas, a Nissan usa sistema de alto-falantes da Bose em seu Kicks”, pode alguém dizer. Sim, a marca Bose é bastante prestigiada, e ajuda a dar algum ar de “premium” ao modelo.
E para provar que o objetivo aqui não é desmerecer qualquer marca, apenas esclarecer algumas das muitas bobagens que dizem, eu digo aqui que também não gosto de Bose.
A marca Bose é uma marca mais sofisticada que uma JBL (bem mais) e possui equipamentos de som do melhor nível de alta fidelidade, não apresentando os problemas que percebemos num JBL ou num Pioneer, por exemplo. Mas, existe uma coisa chamada assinatura sônica que cada fabricante, e também cada região do mundo, adota majoritariamente em seus sistemas, principalmente tornando-os mais “musicais” ou mais “reveladores”. A Bose prefere a escola da musicalidade que muitos audiófilos também gostam, mas eu já sou do grupo que prefere o som mais revelador. Tentar corrigir o som para torná-lo mais agradável, por conta dos erros nas gravações ruins, também produz reflexos nas boas gravações, e eu prefiro ouvir o som como ele é, esteja a gravação boa ou ruim, não gosto de sistemas que suavizam tudo (uma característica apreciada pelos amantes de Vinil e Valvulados). Portanto, essa é uma escolha pessoal, e por isso o sistema Bose da Nissan não me agrada. Mas longe de ser desagradável como um JBL ou um Pioneer, ele apenas adota uma outra filosofia de resultado sonoro que não é a que eu prefiro.

Então, o que se pode melhorar no som da Frontier?

Tudo pode melhorar, e o sistema de som da Frontier pode ter um ganho interessante com a troca dos alto-falantes. Ele já usa um sistema de alto-falantes e tweeters de excelente qualidade, mas nesse quesito de drivers, o céu é o limite. Em caixas acústicas residenciais temos tweeters que chegam a custar mais de 10 mil dólares a unidade, com domo feito em diamante que é o elemento mais duro e leve (características desejáveis) aplicável nesse uso. Mas, claro que não justifica colocar 4 tweeters na Frontier num gasto de 200 mil reais, porque, novamente, um carro nem é o local ideal para se ouvir música num nível “muito” audiófilo.
Esse tipo de tweeter é usado em caixas acústicas de alto nível high-end para equipamentos de som que custam o preço de uma Ferrari, em salas tratadas acusticamente, com alimentação elétrica dedicada e outros cuidados.

Como eu disse, alguns carros usam modelos da B&W ou Dynaudio, que também são caros, mas mais acessíveis. Mas, bons itens dessas marcas podem passar dos 50 mil reais facilmente, e vão precisar de cabos especiais para oferecerem todo o seu desempenho, normalmente feitos com condutores de prata ou outros materiais nobres.

Descendo um pouco mais para a nossa realidade, o que eu normalmente recomendo para quem quer dar um “up” no sistema de som da Frontier, são os falantes da Focal. Um kit bem razoável para substituir os originais da Frontier custa em torno de 8 a 20 mil reais, dependendo da linha. Por esse preço, é possível importar alguns modelos da VIFA ou da SEAS, também bem interessantes.
Qual o ganho que teríamos com isso? uma maior fidelidade de som, com graves um pouco mais precisos, agudos mais suaves e naturais, e vozes mais presentes e reais. Haverá um ganho de velocidade, com ataque dos martelos das cordas de pianos, por exemplo, mais presentes.
Isso é interessante, porque apesar do piano ser considerado por muitos como um instrumento de cordas, empresas sérias, como a própria Yamaha, o considera também um instrumento de percussão, já que um martelo bate numa corda, ou seja, o som se inicia com uma percussão. Num bom sistema de som é possível perceber esse ataque forte do martelo, enquanto em sistemas mais de entrada só a nota da corda é ouvida suavemente. Isso decorre, também, da velocidade de movimento do cone do alto-falante.
É possível um ganho nesse quesito.

Honestamente, menos que isso não vale a pena mexer. Esqueça falantes da Pioneer, JBL, Bose, etc… é jogar dinheiro fora e provavelmente pode até piorar, dependendo da linha escolhida.
Pode confiar que o sistema da Frontier é muito bom e bem superior aos “chiques” do mercado.

Mas, se o assunto é música bem reproduzida, a dica é usar também o aplicativo Neutron e arquivos FLAC sem compressão (espelhando um dispositivo Android, por exemplo). O Neutron possui recursos que valorizam muito a qualidade das gravações oferecendo uma boa experiência audiófila. É só espelhar um celular, instalar o aplicativo e carregar as músicas. Ele faz milagres até com arquivos MP3 de baixa resolução.
Esta é uma solução bastante econômica e acessível e pode agradar a muitos. Mesmo a versão paga do aplicativo é bem acessível.

Um bom ajuste do som também é essencial. Como eu dirijo sozinho na maior parte das vezes, eu retiro o som da parte de trás da caminhonete, o que deixa o resultado mais focado e menos difuso, com um palco sonoro mais realista.
Deixar os graves bem ajustados é uma boa ideia. A princípio, é melhor ter graves honestos do que ouvir aqueles graves embolados de uma nota só. Eu sempre evitei subwoofers em carro por conta disso. Eu prefiro um corte nas baixas frequências mais alto, mas ganhar na naturalidade. Ninguém merece ouvir aqueles graves horríveis que a molecada tanto gosta.
Na prática, o que se ouve são só reflexões e distorções.

Também não recomendo o uso de amplificadores. Qualidade é mais importante do que quantidade, e eu sempre digo isso. Lembre-se que o ouvido tem sensibilidade logarítmica, e a diferença entre um amplificador de 50 watts para outro de 100 watts é de apenas 3dB (três decibéis), apenas uma sensação de leve aumento de volume, mas nunca o dobro.

Todas as marcas que recomendei aqui são produtos de qualidade para um público exigente. Infelizmente o mercado prefere a “popularidade” das marcas super vendidas. Então tenha paciência para encontrá-las ou prefira importar. O resultado vai compensar o investimento.

Um complemento: Vale a pena usar um subwoofer num carro de passeio ou mesmo na Frontier?

Eu não gosto, e não uso.
Como eu já disse antes, prefiro cortar as baixas frequências num ponto mais alto e ganhar em qualidade.

Um carro não tem espaço suficiente para recriar ondas de frequências muito baixas, porém elas possuem muita potência. O resultado disso é que uma onda se soma a anterior antes que aquela anterior tenha terminado, e aí ocorrem muitas sobreposições e ressonâncias surgem.
Há quem goste disso, e o que eu tenho a dizer nesse caso é “Então faça!!!” Gosto não se discute, se isso te agrada, seja feliz e siga o seu gosto.
Mas, é importante entender que isso não é alta-fidelidade.

Como perceber essa deterioração sonora dos graves na prática? Simples, coloque uma boa gravação audiófila de um solo de baixo, e tente perceber as variações de notas. O som não pode ser, como dizemos, de “uma nota só”. Faça isso, o sistema da Frontier consegue mostrar essa diferença com facilidade.

Outro detalhe, o som ouvido de graves deve ser natural, seco e sem ressonâncias. Uma pancada de grave deve soar algo como “TUMM”, rápido e seco, com boa definição, e jamais como aquele conhecido “Buuummmmmmm” irritante que muitos acham que é “poderoso”.
Novamente, como tudo na vida, qualidade é mais importante do que quantidade.

Muitas vezes é difícil mudar hábitos.
Muita gente ainda acha que som potente é som bom, e nem imagina que meros 5 watts reais (RMS) oferecem um som bem alto e suficiente para encher o habitáculo de um carro. Outra hora explico isso.
O que devemos priorizar é a qualidade, a fidelidade sonora, o detalhamento, a formação mais precisa do palco sonoro, enfim, o som mais real e natural. Quando acostumamos com isso, passamos a entender melhor a obra artística (se não for um funk … estou brincando… ou talvez não… ), e a gostar mais da música do que do som. Acabamos nos desintoxicando de anos de hábitos errados, e entendemos melhor a música.
Tem que tentar. Se você gosta de ouvir música na Frontier, comece mudando os seus conceitos, se já não o fez.

1 Comentário

  1. Muito interessante e informativo o artigo. Comprei uma Attack 2024, que vem com os dois alto-falantes dianteiros e tweeters, sem os alto-falantes traseiros. Vinha averiguando sobre a melhor forma de colocar os alto-falantes traseiros mas já estou repensando, não tinha me atentado que eles podem deixar o som mais difuso, bom ponto. Valeu!

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