Vale a pena comprar uma Ranger hoje?

Você pode responder a essa pergunta.
Mais uma enquete para conhecermos a sua opinião e o comportamento do mercado de caminhonetes.

Como todos sabem, a Ford encerrou as atividades no Brasil repentinamente, sem qualquer aviso prévio, pegando todo o mercado de surpresa apesar de ter negado que isso aconteceria.
Não bastasse isso, fechou também a fábrica da Troller, apesar também da promessa de que seria vendida para algum interessado. E realmente haviam interessados, mas as condições que a Ford estabeleceu para a venda da famosa fábrica de jipes desanimou o mercado, dando a impressão que ela não queria de fato vender a unidade.

As decisões da Ford provocaram um onda de desemprego, fechamento de comércios, crises econômicas regionais, falta de peças e o fechamento de mais da metade das concessionárias por todo o Brasil (e outras continuam fechando), fazendo que alguns compradores da marca abrissem inúmeras reclamações em sites como o Reclameaqui pela dificuldade de rodar centenas de quilômetros para uma simples revisão, e ainda não encontrar peças disponíveis no mercado.

Apesar de todo o respeito que a marca tinha no Brasil e do carinho de seus consumidores fiéis, ela ainda deixou problemas como defeitos crônicos da Ranger, o famigerado câmbio Powershift, componente problemático que ganhou o apelido de “power-“shit”, e os motores Ecoboost, mais um problema deixado aqui e que concedeu ao motor o apelido de “Ecobost…a”.

Por conta disso e de inúmeros outros problemas, o consumidor brasileiro parece estar perdendo a confiança na marca, que apostou em modelos importados que estão fracassando em vendas bem abaixo do esperado, e até a Ranger não consegue mais repetir os bons momentos que já teve antes do fechamento das fábricas brasileiras.

Como o nosso foco aqui é caminhonete, queremos conhecer a sua opinião sobre a compra de uma Ford Ranger, e entender como o mercado pensa hoje.

Participe das pesquisa deixando o seu voto.

Hoje você confiaria na marca Ford para adquirir uma Ranger nova?


  • Não, eu não compraria (88%, 534 Votos)
  • Sim, eu compraria (7%, 41 Votos)
  • Talvez, dependendo do negócio (5%, 32 Votos)

Total de votantes: 607

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Atualização (em 30.06.2022):

Recebemos uma correspondência de um leitor surpreso com os resultados apresentados em nossa esquete, e comentando ter lido que existe uma imparcialidade destes resultados em função deste ser um espaço mais dedicado ao modelo Frontier. Vamos provar que isso não é verdade.

Há de fato uma grande rejeição à marca Ford hoje, isso é notório em comentários de redes sociais, e as razões passam pelo fechamento de suas fábricas no Brasil mesmo negando o fato (com consequente perda de empregos diretos e indiretos), danos a economias locais, fechamento da fábrica da Troller apesar de negar que o faria (com mais desemprego e danos à economia local), falta de peças, mal atendimento, mais da metade das concessionárias falidas e várias outras razões inclusive da qualidade de seus produtos.
Mas vamos à interpretação objetiva dos resultados.

Nossas enquetes são divulgadas em redes sociais, sempre em espaços onde não há direcionamento de marca ou modelos, e sites relacionados, principalmente, ao segmento de automóveis.
As divulgações são feitas muitas vezes aos poucos, para melhor compilação dos dados.

Avaliando os resultados de emplacamentos publicados no portal informativo da Fenabrave no mês de Maio (época da pesquisa), chegamos os seguintes números de emplacamentos e participações:

Hilux 4145 39%
S10 2715 25%
Ranger 1215 11%
L200 1819 17%
Frontier 721 7%
Amarok 47 0%
10662 100%

Vamos agora verificar os resultados de nossa enquete:

Não 534 88%
Sim 41 7%
Depende 32 5%
607 100%

Se somarmos os números referentes aos que comprariam a caminhonete (7%) com os que eventualmente comprariam se o negócio fosse muito vantajoso (5%), teríamos um total de interesse de compra de 12% do total de votantes. Podemos ver que a realidade de emplacamentos apresentou uma participação de 11%, ou seja, o real foi menos otimista do que a nossa pesquisa, apesar dos números terem sido muito próximos, com diferença de apenas 1% justificado pelo fato da condição “Depende” ser diretamente variável.
Ou seja, não existe nenhuma ação tendenciosa sobre esses resultados, que foram até mais generosos ao modelo, que devemos lembrar, já foi o mais vendido do mercado, chegando mesmo a ultrapassar as líderes de vendas S10 e Hilux, e que hoje perde a terceira colocação até para a L200, vendendo menos da metade da segunda colocada e bem afastada da primeira colocada.

O que chama a atenção é a rejeição ao modelo de 88%. É normal alguns modelos venderem mais ou menos por diversas razões comerciais, mas é preocupante quando as baixas vendas são resultantes de rejeição à marca ou ao modelo, pois isso se reflete na desvalorização e na dificuldade de revenda no futuro.

Se formos analisar de uma forma mais ampla, veremos que a marca realmente sofre dificuldades de colocação de seus produtos no nosso mercado. Vejamos alguns números de emplacamentos extraídos dos relatórios da Fenabrave dos últimos meses:

Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio
Bronco 130 71 89 145 124 120
Territory 71 119 (74) 64 80 99 114 (46)
Ranger 2289 1221 769 1001 1111 1215
Transit 3 6 4 5
Mustang 106 48 21 18 11 5
Maverick 34(30) 33(32) 265(225) 176(143)

Os números em parênteses representam vendas para pessoa jurídica.

Aprofundando a nossa análise, vemos que mesmo afastando a concorrência da Troller com o fechamento da fábrica, o resultado de vendas do Bronco não é animador, e está longe da previsão de alcance das 500 unidades mensais.
O chinês Territory também ficou bem longe da meta sonhada, sofrendo duras derrotas comerciais que obrigaram até à uma redução de seu preço. Mesmo assim, os números não são nada animadores, e as vendas para CNPJ (pessoa jurídica) em parênteses, mostra que boa parte dessas vendas podem ter sido feitas para a sistema de assinatura ou para locação, inclusive da própria marca. O número de unidades vendidas para o público de modo geral é muito baixo.
Ranger vem sofrendo com a vertiginosa queda de vendas e uma grande variação de resultados.
O furgão uruguaio Transit, produzido por uma terceirizada da Ford, uma aposta para abocanhar uma boa parte deste segmento, também não teve resultados animadores. Enquanto a Ford vende em média míseras 3 a 5 unidades, o mercado responde com mais de 3.000 unidades vendidas mensalmente.
A caminhonete mexicana Maverick,  que vem sendo muito questionada pela versão que chegou aqui, despojada e cara, também não tem tido o desempenho tão desejado. Tendo como concorrente a Toro e a Oroch (ambas fabricadas aqui no Brasil), e em breve a novíssima Montana, a Maverick tem vendido menos de 300 unidades dos seu modelo com variações preocupantes, enquanto a sua principal rival nada de braçadas com 5.287 unidades emplacadas somente em Maio.
O esportivo Mustang também despencou em vendas. Chegou a vender mais de 100 unidades em dezembro, mas chega agora com apenas 5 unidades.  Vi um comentário de que, por ser um veículo caro e de nicho, essa queda estaria explicada em função das dificuldades econômicas pós Covid, mas essa explicação não faz sentido quando comparamos as vendas dos esportivos da marca Porsche aqui no Brasil:

2021/22 Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio
Porsche 44 47 68 78 89 86

Os resultados de Maio também favorecem essa interpretação quando observamos o desempenho de crescimento dos modelos:

comparativo-vendas-nissan-frontier-2022

Podemos notar que a falta de unidades das principais concorrentes favoreceram a procura por outros modelos.

Ranking-vendas-nissan-frontier-2022

A tabela acima demonstra claramente a a queda de posição de mercado que a Ford, que já foi a 4ª colocada, vem sofrendo no Brasil. Em laranja quem manteve, em vermelho quem caiu, e em verde quem cresceu em participação no ranking.

Portanto, os números apresentados em nossa enquete não tem nada de tendencioso, ou melhor, representa o realidade do marcado até de uma forma levemente mais favorável ao modelo em questão.
Vamos aguardar os resultados dos emplacamentos de Junho para uma nova avaliação que será publicada em nova reportagem.

7 Comentários

  1. Se o brasileiro tivesse um pouco de respeito próprio e um mínimo de dignidade, não comprava nada dessa marca traiçoeira. Mas, em se tratando de Brasil, tudo é possível, até ser trouxa.

  2. Muito interessante essa enquete.
    A marca Ford se tornou pouco confiável, desrespeitou o Brasil e convenhamos que nunca teve um atendimento de respeito aqui. Eu não compro mais nenhum produto Ford, muito menos uma Ranger com tantas opções nacionais hoje de excelente qualidade que não devem nada, ou até tem mais a oferecer.
    Parabéns pelo site. Muito bom conteúdo.

  3. Já tive ranger, gostei mas ultimamente estava deixando a desejar por estar cada vez mais com problemas, e a ford nem aí para corrigir. Depois dessa afundada da ford no Brasil, eu não compraria mais. Troquei de marca e estou satisfeito hoje.

  4. Não acho mais a Ford confiável.
    Negou que fecharia as suas fabricas. Negou que fecharia a Troller. Negou que as concessionarias seriam fechadas. Negou que faltariam peças.
    Enfim, o que custa ela tomar novas decisões que prejudiquem o consumidor, pergunto?
    Como posso voltar a confiar nela? Só vendo gente vendendo as suas Rangers. É uma caminhonete até mediana, temos opções. Não precisamos mais de Ford.
    É a marca mais queimada do mercado hoje.

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