É muito comum vermos avaliações da Nova Frontier destacando o seu conforto, sua maciez com menos saltos e balanços laterais, mas, será que é só isso que essa suspensão exclusiva do segmento oferece?
Logo que a Nova Nissan Frontier foi lançada no Brasil, em 2016/17, muito se falou da sua inovadora suspensão traseira multilink em nosso mercado. Alguns “especialistas” chegaram a confundí-la com suspensão independente e negaram que o sistema fosse realmente multilink, um equívoco que foi posteriormente esclarecido e até abordado em um de nossos artigos.
Havia uma dúvida ainda se esse sistema se mostraria tão durável, confiável e resistente como o tradicional feixe de molas, inventado séculos atrás para equipar carroças e outros veículos da época. Mas, o tempo mostrou que a moderna suspensão multilink é mais confiável e mais durável que o modelo convencional usado pelas concorrentes do mercado, e que já foi aprovada para uso em trabalho pesado e até no fora de estrada, e com mais vantagens.
Suspensão Multilink da Nissan Frontier
A suspensão traseira da Frontier é uma configuração multilink chamada de five-link, já que usa 5 braços (links) de fixação para cada roda traseira, além de molas helicoidais progressivas.
Em todas as avaliações da Frontier, o seu conforto é destacado e muito elogiado, já que esse arranjo de suspensão reduz os incômodos pulos, solavancos e balanços laterais que há muitos anos incomodavam os donos de caminhonetes com suspensão de feixe de molas, que tanto desconforto e dores acaba causando, até com lesões na coluna.
Mas, por falta de informação e conhecimento, as publicações se limitam a destacar apenas este elevado conforto da Frontier em relação à concorrência, mas ignoram algo talvez ainda mais importante: o aumento da segurança do veículo. Lamentavelmente, essa importante vantagem tem sido ignorada nos testes, que se limitam, algumas vezes, a mencionar que a Frontier possui uma estabilidade excelente e superior às demais concorrentes.
A verdade é que a suspensão multilink utilizada na Frontier aumenta o contato das rodas com o piso, ou seja, os pneus se mantém mais no chão oferecendo maior aderência. Com menos saltos e perda de contato, há melhor controle dos movimentos da traseira do veículo. Quem já andou em uma caminhonete com suspensão convencional em pistas irregulares, ou fez curvas em pisos esburacados ou ondulados, deve ter notado os “sacolejos” que a traseira da caminhonete sofre, que além do susto, pode chegar a provocar acidentes até muito graves.
Esse problema é bastante atenuado com a suspensão multilink da Frontier, ou seja, com um melhor contato no piso e movimentos mais seguros das rodas, a estabilidade da caminhonete aumenta muito chegando a surpreender quem está acostumado com o antigo sistema de feixe de molas.
Mas, essa vantagem não acaba aqui.
Quase todas as caminhonetes (e muitos carros hoje) em nosso mercado oferecem um sistema eletrônico de controle de estabilidade, inventado pela Bosch há alguns anos, e que tem como objetivo fazer correções para evitar a perda de controle ou derrapagem (e até capotamento) do veículo.
O sistema funciona através da leituras de sensores que informam uma central eletrônica que o veículo está perdendo o controle, e assim o sistema atua nos freios e controle de tração equilibrando o veículo e evitando que algo pior aconteça. Esse processo de correção inclui até frenagens individuais das rodas para mudar o comportamento da aderência delas no piso.
Perceba, portanto, que o controle de estabilidade será tão mais eficiente quanto for a disponibilidade de contato das rodas com o solo, o que facilita enormemente a retomada de controle.
Mas, se as rodas estiverem saltando e perdendo contato facilmente, não pela situação de descontrole do veículo mas pelas condições irregulares do piso, o sistema de controle de estabilidade vai funcionar com uma eficiência muito mais baixa.
A importância do contato das rodas com o piso para melhor desempenho do controle de estabilidade.
É por essa razão que donos de algumas caminhonetes concorrentes da Nissan dizem que o sistema de controle de estabilidade não parece funcionar bem ou nem existir, ter pouco efeito, ou não se comparar ao de seus carros de passeio. Conhecemos o caso de uma caminhonete (duas atualmente), que mesmo com a inclusão do controle de estabilidade, foi reprovada num teste de manobra de desvio rápido conhecido lá fora como “teste do alce”. Mesmo reajustando o sistema, o resultado continuou bastante distante do ideal, justamente por usar uma suspensão ultrapassada ao invés da multilink.
Outra concorrente, recém remodelada, também apresentou um comportamento bastante perigoso num teste similar.
Isso demonstra o quanto é importante haver um equilíbrio de todo o conjunto para que a segurança seja realmente efetiva.
Suspensão Multilink não é só conforto, é segurança.
Por isso, caro leitor, quando você ler novamente que a suspensão multilink da Frontier oferece o melhor conforto do mercado, lembre-se de que na realidade não se trata só disso, e que algo até muito mais importante está incluído nesta moderna tecnologia.
O que nunca veremos, com certeza, é a Frontier ganhar um dia a fama de capotar fácil, como acontece com algumas concorrentes.
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