Nissan Frontier – Valentia e Conforto

A Nissan Frontier Segunda Geração ainda hoje é uma caminhonete impressionante, cheia de qualidades.

Essa Nissan Frontier 2014, que é de 2ª geração (a 1ª é de 1998), chegou ao Brasil em 2007 importada da Tailândia e no ano seguinte passou a ser fabricada no Brasil nas “emprestadas” instalações fabris da aliada Renault em São José dos Pinhais, na Grande Curitiba, que já produzia a 1ª geração desde 2002.
O atual modelo foi mostrado no último Salão do Automóvel, em novembro do ano passado, e além de pequenas atualizações de estilo teve a potência do motor turbodiesel de 2,5 litros aumentada para 190 cv.

É testando estes modernos motores Diesel, cujo turbocompressor é de geometria variável, que constatamos sua evolução e a eficiência do sistema.
A picape cabine dupla Nissan Frontier SL, versão oferecida exclusivamente com câmbio automático de 5 marchas, pesa 2.066 kg e seu motor rende 190 cv a 3.600 rpm e 45,8 m·kgf a 2.000 rpm, e mesmo com tudo isso ela consegue ser bastante econômica. Fez entre 7 e 9 km/l no percurso urbano e entre 9 e 11 km/l na estrada. Sobram-lhe força e potência.
Raramente necessitamos acelerar a fundo. Mesmo nas ultrapassagens em estradas de pista simples, basta uma pequena acelerada que a Frontier vai facilmente engolindo um por um.
Acelerá-la ao máximo – a injeção é cortada a 4.500 rpm – é mais para ter o gostinho de sentir o parrudo motor.

Com as janelas fechadas, o bom isolamento acústico da Frontier deixa o barulho sem graça do motor Diesel do lado de fora e dele só escutamos um grosso rosnado. A aceleração 0-100 km/h é vigorosa, 11 segundos, mas não é informada velocidade máxima, que deve ser bem próxima dos 180 km/h. Na estrada, a 120 km/h em 5ª marcha o giro vai a baixas 2.400 rpm.
O bom tanque de combustível, de 80 litros, lhe dá enorme autonomia, em torno de 900 quilômetros.

Dá também gosto ver a evolução da estabilidade, tanto direcional quanto em curvas.
É claro que no segundo quesito continuam longe dos carros de passeio, que também evoluíram, mas essas picapes já proporcionam viagens bastante seguras e descansadas, desde que não se abuse.
Estando com a caçamba vazia, nas entradas de curva ela é frentuda, como devem e costumam ser as picapes, já que são projetadas para também rodar com a caçamba lá atrás carregada, mas ela obedece bem e não reluta, entra até que rápido na curva e ali se mantém bem estável, sem problemas, sem surpresas, sem vícios.
Boa picape, gostosa de viajar, e até que macia de suspensão. Quem dirige nas estradas de terra sobre “costelas de vaca” sente o peso não suspenso do eixo traseiro se manifestando, pois, enfim, em picapes médias e grandes não se escapa de rodas, pneus e eixo rígido traseiro pesados. Por pesar bastante, trabalha devagar, não tem como acompanhar o solo e pula um pouco, o que é o normal nesses veículos.

Me surpreendi com o bom comportamento em curvas cujo asfalto era ruim, pois nesse caso o pesado eixo traseiro costuma quicar, parar pouco no chão, então, como era esperado, ele quicou, parou pouco no chão, mas a traseira pouco desgarrou, ou melhor, desgarrou menos que o esperado. Só posso creditar essa melhora ao controle eletrônico de estabilidade; mesmo assim não convém abusar…

Os pneus que a equipavam eram os Bridgestone Dueller M/T 255/60R18. Bons. A crítica fica para a exagerada desmultiplicação da direção, cuja assistência é hidráulica. São 3,8 voltas de batente a batente, o que não se justifica quando se têm assistência de direção. Ficaria bem melhor se fossem entre 2,8 e 3 voltas. Na estrada, tudo bem, mas na cidade isso lhe dá pouca agilidade e rapidez para, por exemplo, desviar de manobras alucinadas de motoboys ou coisa chata parecida, como tomar uma fechada inesperada.

Os bancos revestidos de couro ajudam no conforto, mas sua anatomia e maciez não me pareceram ser do nível ótimo atingido em picapes concorrentes, mas está num nível bom.
O volante só tem regulagem de altura, mas na distância em que está, está bom. Nele temos controles da velocidade de cruzeiro e do som. Os instrumentos têm um desenho simples e de boa visualização e tudo no painel é fácil de acionar, intuitivo, como costuma ser nos carros da marca, e quanto a isso só tenho uma ressalva: o botão de consulta ao computador de bordo é um pino inserido no velocímetro, no lugar onde desde sempre foi o do zerador do hodômetro parcial, o que dificulta a sua consulta quando estamos dirigindo. Qualquer outro lugar seria mais prático.

O som é bom, na verdade ótimo, o ar-condicionado também e tudo proporciona agradáveis comodidade e conforto em longas viagens, para quem vai adiante.
Já o banco traseiro poderia ser melhor. E digo poderia porque poderia mesmo. Com pouca coisa, um ângulo um pouco maior entre o assento e o encosto já mudaria radicalmente a situação. A verticalidade do encosto está além do que é cômodo. A Nissan sabe bem disso, pois seu modelo Tiida tem a bem-vinda sutileza de permitir que se regule esse ângulo no banco traseiro.

A versão SL com câmbio automático é a mais equipada e vem com vários recursos, entre eles controle de estabilidade, controle de tração, limitador de deslizamento do diferencial traseiro, ABS nas quatro rodas, fora a opção de acionar a tração 4×4 ou a 4×4 reduzida.
O câmbio automático, por sinal, funciona muito bem. É um pouco mais lento que os câmbios automáticos de carros de passeio. Demora um pouco mais a obedecer nossos pedidos de redução de marcha, temos que acelerar mais fundo um pouco, mas do jeito que está, está certo, pois é o melhor modo de aproveitar a elevada – bota elevada nisso! – potência em baixa deste motor turbodiesel.

A escolha do modo de tração é feita por um botão giratório no painel e mesmo em movimento se pode passar de 4×2 para 4×4.
Para o uso do 4×4 a fábrica recomenda que se limite a velocidade a 100 km/h. Acima disso, usar a 4×2. O modo 4×4 com reduzida, cuja redução da transmissão limita a velocidade máxima a 50 km/h, é interessante e vale usá-lo quando em trechos bem cascudos, íngremes e/ou lamacentos, pois aumenta muito a força de tração e, se for necessário, se vai na base do rompe-mato estilo javali de Erimanto enfurecido.

Tração 4X2
Tração 4X4
Tração 4X4 com reduzida

Sua capacidade de carga é de 1.000 kg, o ângulo de entrada é de 32°, o de saída, 24° e o de rampa, 39°, com vão livre do solo de 220 mm.
A Nissan não informa capacidade de rampa, mas pelas características do veículo certamente é superior a 80%. Como se vê, além de uma confortável picape cabine dupla de câmbio automático, ela tem grande capacidade para o fora-de-estrada, pronta a desbravar terras ainda não pisadas por nenhum bandeirante, pronta a arrastar até uma motoniveladora atolada na lama, pronta a empurrar enormes pedras montanha abaixo, pronta a escorar o trem que ia fatiar a mocinha amarrada aos trilhos ou até mesmo enfrentar as ruas paulistanas para buscar as crianças na escola – embora medindo 5,23 metros de comprimento e fazendo um giro completo em 13,2 metros, fosse bom que a escola ficasse numa zona rural….

FICHA TÉCNICA
Motor: Diesel com turbocompressor de geometria variável e interresfriador, dianteiro, longitudinal, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro com duplo comando de válvulas acionado por corrente. Injeção direta de combustível do tipo common rail e acelerador eletrônico.
Transmissão: Câmbio automático de cinco marchas à frente e uma a ré. Tração traseira com acoplamento elétrico da tração nas rodas dianteiras e da reduzida. Diferencial traseiro com deslizamento limitado. Oferece controle eletrônico de tração.
Diâmetro e curso: 89 x 100 mm
Cilindrada: 2.488 cm³
Potência máxima: 190 cv a 3.600 rpm.
Torque máximo: 45,8 m·kgf a 2.000 rpm.
Taxa de compressão 16,5:1.
Suspensão: Dianteira, independente, braços triangulares superpostos, mola helicoidal, amortecedor hidráulico e barra estabilizadora. Traseira, eixo rígido, feixe de molas semi-elíticas longitudinal por lado e amortecedor hidráulico.
Direção: Pinhão e cremalheira, assistência hidráulica, 3,8 voltas entre batentes
Freios: A discos ventilado na frente e a tambor atrás; ABS e EBD.
Construção: Separada, carroceria e caçamba separada estampadas em aço, quatro portas e cinco lugares.
Dimensões: Comprimento, 5.230 mm; largura, 1.850 mm; altura, 1.780 mm; e distância entre eixos, 3.200 mm.
Diâmetro mínimo de curva: 13,2 metros
Peso: Em ordem de marcha, 2.066 kg; carga útil, 1.000 kg.
Capacidade da caçamba: 1.012 litros
Tanque de combustível: 80 litros.
Capacidade off-road: Ângulo de entrada 32º, ângulo de saída 24º, ângulo de rampa 39º e vão livre do solo,  220 mm.
EQUIPAMENTOS DE SÉRIE

Direção assistida hidráulica, ajuste de altura no volante, controle de cruzeiro, acionamento elétrico de espelhos, vidros e travas de porta, ar-condicionado digital de duas zonas, regulagem de altura do banco do motorista, faróis de neblina, regulagem de altura dos faróis, retrovisor interno eletrocrômico com bússola digital, câmera de ré, bolsas infláveis frontais, ABS com EBD, rodas de liga leve de 18 polegadas, faróis com máscara negra, chave presencial, acabamento interno em dois tons, bancos de couro, rádio/CD/MP3/USB/iPod/Aux, controle de estabilidade e tração, acabamento interno cromado e selos alusivos à versão na carroceria e soleiras das porta dianteiras.

Preço na época: R$ 128.990
Fonte: AE Classic 2013

1 Comentário

  1. Boa tarde
    Não sei este este seria o canal adequado para a minha duvida.

    Tenho uma Frontier XE 2013 e ela não tem marcador de temperatura externa.
    É possível fazer a instalação.

    Atenciosamente

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