Apesar de ser a melhor caminhonete média do Brasil, a Nissan Frontier ainda não recebe um trabalho de marketing a sua altura.
Eu nunca vou entender esse departamento de marketing da Nissan. Ela tem hoje a melhor caminhonete do mercado, que deixa as demais parecerem coisas do período jurássico, mas não sabe apresentar o seu produto com o destaque que ele merece.
A suspensão traseira multilink da Frontier é uma evolução tecnológica e um importante diferencial exclusivo do modelo. Essa suspensão contribui para o tão elogiado conforto da caminhonete, pois elimina as velhas reclamações sobre o comportamento incômodo e perigoso do ultrapassado sistema de feixe de molas, e que tanto desconforto causa aos ocupantes das caminhonetes que ainda o utiliza. Porém, mais importante do que isso, é o fato de que o sistema multilink, por oferecer melhor contato das rodas com o piso, aumenta muito a segurança da Frontier, tanto em situações normais como quando a assistência do controle de estabilidade é acionada.
É fácil entender que, com um melhor e maior contato das rodas com o solo, melhor será atuação do controle de estabilidade que funciona atuando nas rodas do veículo. Se as rodas perdem totalmente o contato, pulando repetitivamente no solo, como acontece com o antigo sistema de feixe de molas, a eficiência do controle de estabilidade é muito baixa. Não é por menos que as concorrentes, mesmo fazendo uso do recurso para controle de estabilidade, continuam sofrendo acidentes constantes em razão de derrapagens e capotamentos.
A dúvida que existia sobre a durabilidade e a confiabilidade deste tipo de suspensão também foi dirimida, com inúmeras aplicações da caminhonete em trabalhos pesados e no fora de estrada, onde a suspensão multilink se mostrou mais resistente do que as tradicionais de feixe de molas.
Mas, a Nissan pouco explora estas características de conforto, segurança e resistência superiores, limitando-se, muitas vezes, a falar somente sobre o conforto ou a anunciar esta característica sem qualquer explicação de suas vantagens.
Importante salientar que os concorrentes já estão copiando esse modelo de suspensão da Frontier, que por enquanto só está disponível no mercado externo. A Nissan foi a única que trouxe essa tecnologia para o Brasil.
A Frontier possui um moderno motor biturbo, de alta eficiência, econômico e com todo o torque (força) disponível já em 1.500 rpm, enquanto a concorrência adapta motores de décadas atrás que precisam atingir mais de 2.000 rpm (até 2.800 rpm) para conseguir o máximo torque, e isso ainda às custas de um grande aumento de consumo (com esse diesel baratinho….) e de maior desgaste do conjunto mecânico.
Mas, novamente, a Nissan não explora essa característica de sua caminhonete, que poderia ser apresentada de modo acessível para o mais leigo consumidor.
Lá fora alguns concorrentes já oferecem motor biturbo, mas aqui desprezam o consumidor brasileiro com motores antigos adaptados que acabam apresentando muitos problemas.
Enquanto o motor da Frontier já tem históricos de rodagem com 200.000 ou 300.000 km, sem qualquer problema nesse conjunto do motor, as concorrentes tem sofrido problemas constante com turbinas, bombas de combustível e óleo, e isso até em motores com quilometragens muito baixas, muitos casos com até menos de 10.000 ou 20.000 km.
A Nissan inovou também com um botão para fazer a regeneração automática do filtro DPF, sem a necessidade de ter que levar a Frontier para a concessionária para a realização desse serviço. Enquanto isso, a concorrência sofre com esse problema que provoca até parada repentina dos veículos nas estradas e ruas, exigindo o reboque até a concessionária. Nenhuma menção a Nissan faz desse importante recurso.
A tecnologia aeroespacial Zero Gravity criada pela NASA e utilizada nos bancos da Frontier também não é explicada ao consumidor, que assim desconhece as suas vantagens em evitar as tão comuns dores de coluna e em outras partes do corpo que ocorre em modelos que não dispõem desse recurso inédito da Frontier.
A Frontier, desde 2017 no Brasil (2015 lá fora), oferece o sistema de câmeras 360º, coisa que só agora começa a ser copiado por um concorrente. Este é um recurso até bem divulgado e bastante comentado, e atrai a atenção do consumidor que obtém uma forma totalmente nova para interagir com o ambiente externo.
Mas, não deveria ser prioridade mostrar o tamanho da tela do sistema multimídia ou do conjunto de câmeras 360º da Frontier. Há muito mais do que isso para mostrar, como o maior número de relação de marchas do mercado e agora o novo sistema de freios a disco nas quatro rodas, que mais uma vez mostra o obsoletismo de concorrentes.
A situação é tão desanimadora, que este que escreve já relatou à Nissan erros no site ou abordagens de menor importância no conjunto. Vou dar alguns exemplos.
Qual a vantagem de mencionar detalhes de peças na cor vermelha, o formato da lanterna, um adesivo da versão, ou a cor das rodas e do estribo e omitir o bloqueio mecânico de diferencial, a altura do solo ou detalhes realmente importantes da versão?
Nem o texto parece ser revisado com atenção, como o trecho abaixo onde a palavra “visibilidade” está incorretamente escrita.
Ou este texto abaixo incompreensível por si só.
Os textos muitas vezes se parecem com traduções porcas de textos originais em outro idioma. Decepcionante!
Há algum tempo alertei a Nissan para o fato de que o seu site informava que a Frontier tinha um “torque de 1.500 rpm”, quando se sabe que torque é medido em “kgfm”, e não em “rpm”. Mesmo com essa sugestão de correção, a Nissan demorou perto de 2 meses para fazer esse ajuste.
É uma pena que o melhor produto do mercado não se destaque pelas suas inúmeras virtudes por conta de um marketing fraco e sem a profundidade desejável.
Nissan, acorde!!! Reveja o seu trabalho de marketing para dar à Frontier o seu merecido destaque da concorrência.
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