Mas, afinal, quanto tempo gasta a Nova Frontier para ir de 0 a 100 km/h?
Respondemos aqui com o nosso próprio teste. Mas, leia com cuidado o nosso esclarecimento importante ao final deste artigo e que muitos fabricantes não querem que você saiba.
Nos inúmeros testes e avaliações que vemos na internet, o tempo que a nova Frontier com motor de 190 cv leva para ir de 0 a 100 km/h são informados de formas diferentes, variando de 10,2 segundos até 12,5 segundos, sendo que já vimos até resultados abaixo de 10 segundos.
Algumas vezes até desconfiamos dos resultados, outras vezes parecem copiados de algum outro teste (isso é mais comum com consumo de combustível), e outras vezes podemos notar que não há muito critério na realização dos testes. Assim, decidimos realizar nossa própria avaliação e apresentar os resultados obtidos.
Tiramos outra dúvida também, se em modo manual o tempo pode ser menor, e sim, ele pode.
O nosso teste teve vários critérios para reduzir os erros, inclusive com a aferição do velocímetro. A unidade usada no teste tinha uma diferença real menor de 5 km/h, que foi então compensada no velocímetro.
Também tomou-se o cuidado para não haver derrapagem das rodas na saída (“cantada de pneus”), por não ser uma condição adequada de saída e por haver dependência direta das condições do piso.
Foi utilizado combustível confiável de alta qualidade, Shell Evolux, e temperaturas externas parecidas, já que os testes foram feitos em momentos diferentes.
Em um teste se usou o velocímetro digital, em outro o analógico apenas por razão de mera escolha aleatória.
Outra curiosidade ficou por conta de que, por razões práticas, os dois testes foram feitos em locais com leve subida, mas, curiosamente, isso não mudou os resultados, provavelmente graças ao forte motor biturbo da Frontier que apresenta seu torque máximo logo nas 1.500 rpm.
O resultado final ficou assim:
0 a 100 km/h em modo automático: 10,52 segundos
0 a 100km/h em modo manual: 9,82 segundos
Esclarecimento importante:
Faz-se necessário esclarecer que uma caminhonete é um utilitário, e não um veículo esportivo ou um SUV.
As características mais importantes de uma caminhonete são o seu torque (força do conjunto propulsor), resistência, durabilidade, capacidade de carga e reboque, robustez, baixo custo, economia e outras que são realmente desejáveis num veículo deste segmento.
É sabido que muitos consumidores compram caminhonetes por gosto pessoal, seja pela altura do veículo, pela sua imponência ou pela sensação de poder, mas nunca foi essa a proposta deste tipo de veículo. Por razões mercadológicas, têm-se copiado o modelo americano de caminhonetes com motores potentes (lá o combustível é barato e não há limites para exageros de motores), mas essa não é a realidade do nosso mercado. A própria Volkswagen, que apostou numa “potente” caminhonete V6, viu o seu modelo definhar para a última posição de vendas, virando o preferido para um público muito restrito de “garotos que querem parecer mais poderosos”.
Mesmo o fraco argumento de que potência torna as ultrapassagens mais seguras não prospera. Se assim fosse, a grande maioria dos veículos oferecidos em nosso mercado não poderia realizar ultrapassagens, e além disso, depender de décimos de segundo para realizar uma manobra tão importante, demonstra apenas a imprudência e a negligência do condutor que arrisca a vida de todos que estão no veículo (e em outros). E, novamente lembrando que caminhonete não foi feita para ser conduzida desta forma, e quem pensa assim, deve entender de uma vez por todas que comprou o veículo errado.
A Nissan, por exemplo, mesmo com muita sobra de torque e potência em seu moderno motor biturbo, buscou o equilíbrio entre força e economia, com pouco desgaste e máxima durabilidade do conjunto. Quem quer um desempenho esportivo, pode reprogramar este motor, que oferece muita folga, para transformá-lo até no mais potente do mercado, já que a maioria dos concorrentes usa motores antigos, ultrapassados e adaptados para tentar extrair maior potência, o que tem reduzido a confiabilidade e durabilidade destes motores, além de deixar o consumo muito elevado.
É preciso separar também o significado de rapidez e de velocidade. Uma caminhonete pode ser rápida, mas velocidade final todas apresentam a mesma já que há uma limitação para isso.
Assim, o teste de “arrancada” de 0 a 100 km/h serve como mero parâmetro de conhecimento do motor, com pouca utilidade prática, mas não representa de fato o desempenho do conjunto mecânico como um todo, já que a Frontier é a única caminhonete onde todo o torque do seu motor está disponível com apenas 1.500 rpm, enquanto as demais necessitam de 2.000, 2.500 ou até 2.800 rpm para atingir um torque máximo ligeiramente maior.
Esse esclarecimento é importante já que o mercado, por falta de informação e conhecimento, tem se iludido com números de potência maiores que pouco ou nenhum significado prático oferecem, e ainda ao custo de um consumo exagerado e de um desgaste muito maior e mais rápido do conjunto mecânico (principalmente turbinas e motores). Apesar deste artifício enganar o consumidor, criar uma fantasia que de fato nada representa e só piora a situação, a nossa imprensa, também pouco competente, tem se deixado levar por estes artifícios, e nenhuma palavra diz sobre a verdade em suas avaliações, até porque estes fabricantes são importantes anunciantes das páginas destes veículos de “informação”.
A verdade tem que ser dita para que o mercado realmente compreenda esta situação, tome consciência e amadureça, e possa assim buscar produtos honestos, com especificações realmente corretas e importantes que forneçam as verdadeiras vantagens de seus produtos.
Infelizmente, honestidade não é uma das características mais comuns dos fabricantes de veículos (e também de muitos outros produtos), e conhecimento é algo que está em falta ao consumidor, e é onde o fabricante se aproveita para explorar o mercado, vendendo ilusões e fantasias.
O teste que apresentamos aqui é meramente informativo, e não deve ser visto como uma característica realmente desejada neste tipo de veículo.
Veja o vídeo exclusivo produzido por nós:
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